No dia 27 de outubro de 2012, de 9h00 às 12h00, realizou-se no
Colégio Instituto Itapoã a “Palestra de Atualização em
Neurociências e Educação”, com a professora e doutora Lucília
Panisset.
A palestra foi oferecida pela direção da escola aos professores, funcionários e pais a fim de orientá-los quanto às dificuldades e transtornos que as crianças podem ter ou apresentar no ambiente escolar, considerando que os julgamentos que fazemos às atitudes que elas têm, podem ser resultantes de transtornos ou de dificuldades de aprendizagem.
Slide da Palestra de Atualização em Neurociências e Educação |
A palestra foi oferecida pela direção da escola aos professores, funcionários e pais a fim de orientá-los quanto às dificuldades e transtornos que as crianças podem ter ou apresentar no ambiente escolar, considerando que os julgamentos que fazemos às atitudes que elas têm, podem ser resultantes de transtornos ou de dificuldades de aprendizagem.
Ser professor é entender como é o processo da aprendizagem, é
deixar de dar aula para o aluno e dar aula com o aluno, ajudando-o a
encontrar estratégias que estimulem e incentivem a sua aprendizagem.
É ser feliz para fazê-lo feliz, pois sem emoção ninguém aprende.
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1ª PARTE
De início, Lucília chamou a atenção para o texto da LDBEN (Leis de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional) em que as palavras cuidar, acolher,
ajudar, orientar, entre outras, são frequentes e precisam ser
colocadas em prática no ambiente educacional.
Em tempos antigos, por exemplo, se um aluno perguntasse: “Professor,
o que é diálise?” a resposta seria: “Estamos estudando sobre o
aparelho respiratório. O que você está querendo saber será
estudado no próximo capítulo.”
Nos tempos atuais, porém, sabemos que o professor deve valorizar a
pergunta do aluno. A dúvida que ele tem, naquele momento, é que tem
importância para ele. O professor deve aproveitar as oportunidades
que surgem para ajudá-lo a construir o conhecimento. Ser um
profissional principalmente da escuta e não somente da fala (que é
o fonoaudiólogo).
A palestrante apontou também as mudanças ocorridas no mundo e na
educação. Manchetes de jornal como “Comer um pouco de chocolate
todo dia ajuda a emagrecer” ou “Pipoca é mais saudável do que
frutas e vegetais” foram apresentadas, comprovando a mudança de
paradigmas.
A Xuxa ficou morena; Lady Gaga substituiu algumas louras famosas;
disquete foi substituído por CD e posteriormente por PenDrive,
Iphone, etc. O futebol que era jogado em campo de terra, hoje em dia
foi substituído por vídeo-games, e os ‘jogadores’ ficam
sentados no sofá.
Enquanto o aluno está na idade da MÍDIA, a escola está na idade
MÉDIA. O professor não deve transparecer dificuldade, resistência
ou desconhecimento no que se refere à tecnologia, pois perderá
credibilidade perante os alunos.
Os alunos de hoje provam sua competência sendo ambidestros enquanto
operam um Iphone, por exemplo, mas erram nos ditados dados na sala de
aula. Deve-se ter a consciência de que a fala é natural. A leitura
e a escrita são artificiais. Dominá-los, portanto, não é tarefa
fácil.
É preciso ressignificar o papel da escola. Alunos desistem de si,
porque desistimos deles primeiro. O caminho é conhecer-se e
reconhecer os alunos como seres biopsicossociais.
Dados e informações são transmitidos, o conhecimento, no entanto,
é construído por meio de redes e ligações neuronais. De nada
adianta o aluno decorar datas. O professor deve criar conexões.
Faz parte da educação de qualidade o uso de desafios, estimular a
curiosidade etc. O professor deve ser um observador das crianças.
Como exemplo, um aluno que fecha o olho ou não fica atento durante a
explicação, pode ser uma crise epilética. Não é que ele ‘viaja
na maionese’.
É considerado pela palestrante um crime contra a humanidade, forçar
a criança a ler e escrever aos 5, 6 anos de idade.
O aspecto fisiológico (fome, sede, calor, etc.) é mais importante para a
criança do que a aula que está sendo dada. Se o aluno usa como
desculpa para sair de sala a vontade de ir ao banheiro, por exemplo,
é hora do professor repensar sua aula.
Trabalhar o lado direito do cérebro (lúdico, artes, jogos,
dinâmicas, músicas, vídeos, debates etc.) e depois o lado esquerdo
(armazenamento do cérebro, compreensão).
Nada é mais rico em aprendizagem do que o erro. O que se aprende por
ensaio e erro é aprendizagem para toda a vida. Deve ser usado como
uma ferramenta para se entender o que não foi compreendido. Não
tirar ‘pontinhos’ por que o aluno errou. Cabe à escola ensinar o
aluno a não errar.
Não é de controle do professor o que está dentro da cabeça do
aluno. A nossa mente: mente. Embora não seja regra, às vezes
não é – como pode parecer – que o aluno não está fazendo a
sua parte. Pode estar fazendo o que se espera dele, mas o
cérebro não responde.
Fracasso escolar, agressividade e indisciplina são sintomas que
devem ser observados pelo professor. A dificuldade de aprendizagem
não está no aluno, mas na escola.
Que a escola se instrumentalize para oferecer ao aluno condições de
aprendizagem. Escola não existe apenas para o bom aluno. O bom aluno
aprende sozinho, com bom professor ou apesar de algum professor.
Quanto aos problemas na aprendizagem, as principais causas são:
socioeconômicas; intelectuais; orgânicas (cérebro,
funcionalidade-processamento, transtornos, distúrbios); emocionais;
pedagógicas (dificuldades escolares e da escola).
Aos 13, 14 anos de idade, aproximadamente, o cérebro do adolescente
passa por uma formatação, um ‘upgrade’, fechando algumas
janelas, que não comprometerão a sobrevivência (em torno de 20% do
que era utilizado). Isso afeta o reconhecimento da linguagem facial e
corporal. Essa fase será revertida por volta dos 18 ou 19 anos. Em
vista disso, o tempo e espaço do professor não é o tempo e o
espaço do adolescente. O professor deve falar e mostrar,
diretamente, o que se espera do aluno.
Essa palestra nos permitiu compreender que grande parte dos alunos não aprende porque "não quer", mas porque não consegue, seja por fatores ambientais, emocionais ou causados por disfunções cerebrais. Que os alunos sofrem com isso e que o bom professor deve buscar conhecimento para entender onde está o problema e quais estratégias poderão ajudá-los.
E, principalmente, que o valor da qualidade de vida do aluno deve ser
maior do que o valor dado às notas ou ao boletim.
“Cada pessoa deve ser compreendida como um milagre
suficiente
para não ter que ser comparada com ninguém,
a não ser consigo mesma.”
Roberto Crema
para não ter que ser comparada com ninguém,
a não ser consigo mesma.”
Roberto Crema
Referências Bibliográficas
http://www.youtube.com/watch?v=e-yPySPF5zY
http://educacao.uol.com.br/planos-aula/fundamental/ciencias-nosso-cerebro-e-os-cinco-sentidos.jhtm
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