segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Braille - Apenas uma visão diferente

"O livro, como um instrumento de uso diário, é um meio para o desenvolvimento do caráter, ou um veículo para lazer e repouso, e parte vital para uma vida sadia, feliz e dignificante."

Esses três usos do livro, fundamentais para qualquer pessoa, incluem também aquelas que são deficientes visuais. A importância e a necessidade de acesso dos cegos a esse veículo vital preocuparam a humanidade através dos tempos.

Juliany de Fátima Sena Reis do Amaral tem enriquecido nossas aulas - e também a nossa vida - com seus conhecimentos e experiência na área de deficiência visual. Além de nossa professora, ela também é professora do Instituto São Rafael, em Belo Horizonte. E veste a camisa por essas crianças! No começo, estávamos receosas de não conseguir entender o Braille. Juliany, porém, tem nos convencido de que seremos capazes.

Juliany, professora de Braille da Universo

 Um pouco de história do Braille

O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas, inventado na França por Louis Braille, um jovem cego. Reconhece-se o ano de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educação e a integração dos deficientes visuais na sociedade.
Antes desse histórico invento, registraram-se inúmeras tentativas, em diferentes países, no sentido de encontrar-se um meio que proporcionasse às pessoas cegas condições de ler e escrever. Dentre essas tentativas, destaca-se o processo de representação dos caracteres comuns com linhas em alto-relevo, adaptado pelo francês Valentin Haüy, fundador da primeira escola para cegos no mundo, em 1784, na cidade de Paris, denominada Instituto Real dos Jovens Cegos. Foi nessa escola, onde os estudantes cegos tinham acesso apenas à leitura, pelo processo de Valentin Haüy, que estudou Louis Braille. Até então, não havia recurso que permitisse à pessoa cega comunicar-se pela escrita individual. Louis Braille, ainda jovem estudante, tomou conhecimento de uma invenção denominada sonografia, ou código militar, desenvolvida por Charles Barbier, oficial do exército francês. O invento tinha como objetivo possibilitar a comunicação noturna entre oficiais nas campanhas de guerra. 
A significação tátil dos pontos em relevo do invento de Barbier foi a base para a criação do Sistema Braille. Esses seis pontos (cela Braille) em relevo, dispostos em duas colunas, possibitam 63 símbolos diferentes que podem ser usados em diversos idiomas, simbologias matématica e científica, na música e até na informática o que permite ao deficiente visual ter acesso ao mundo e ao conhecimento como qualquer um de nós (videntes).
         A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram, em 1837, na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente. Comprovadamente, o Sistema Braille teve plena aceitação por parte das pessoas cegas, tendo-se registrado, no entanto, algumas tentativas para a adoção de outras formas de leitura e escrita e ainda outras, sem resultado prático, para aperfeiçoamento da invenção de Louis Braille. Apesar de algumas resistências mais ou menos prolongadas em outros países da Europa e nos Estados Unidos, o Sistema Braille, por sua eficiência e vasta aplicabilidade, impôs-se definitivamente como o melhor meio de leitura e de escrita para as pessoas cegas.
          Abaixo, algumas fotos de nossas colegas da turma de Pedagogia praticando o Braille.




                           Como o Braille é produzido 

O Braille é um sistema de leitura tátil que consta de arranjos de seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. Aos seis pontos convencionou-se chamar Cela Braille


 Para produzir esse sistema Louis Braille utilizava uma prancha, uma régua com duas linhas com janelas correspondentes às celas Braille (reglete), que se encaixava pelas extremidades laterais, o que permitia à pessoa cega, pressionando o papel com o punção, escrever os pontos em relevo. 

Modelos de punção


Hoje, as regletes, largamente utilizadas pelos cegos, apresentam modelos e materiais diferentes. Na reglete escreve-se o Braille da direita para a esquerda, na sequência normal de letras ou símbolos. A leitura, no entanto, é feita da esquerda para a direita, como no texto em tinta. Ou seja, é depois de perfurar o papel e virar a folha que o cego 'sentirá' com os dedos o relevo e fará a leitura. 
Conhecendo-se a numeração dos pontos correspondentes a cada símbolo, torna-se fácil a leitura ou a escrita em regletes.

                            ALFABETO EM BRAILLE - PARA LEITURA


 Para facilitar sua identificação, os pontos são numerados da seguinte forma:  



Texto Adaptado dos materiais que recebemos da professora Juliany em nossas aulas.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Recado da Francielle: nunca desista de você!

Temos o orgulho de apresentar um trecho do livro de nossa colega Francielle.
Esperamos que ela o conclua em breve, para nos presentear com suas palavras e experiência de vida.


"É preciso viver o hoje,
Lutar por ele,  sorrir , entristecer, se zangar.
Passar por perdas e ganhos.
Se permitir sentir, com sabedoria, 
Esses sentimentos que fazem parte do ser humano.

Por que amanhã?
O amanhã é uma incerteza.
Então, lute! Busque o que deseja com a força de sua alma.
Vença cada minuto da vida por você.
Apenas viva, viva com intensidade.
E nunca desista de você".

               Lima. B. Francielle. Nunca Desista de Você. Pág. 15.

Fran,
Obrigada por dividir essa parte de sua vida conosco.
Receba todo o nosso carinho e incentivo.

Turma da Pedagogia - 4º Período - UNIVERSO

sábado, 18 de agosto de 2012

Ética e Moral


Os termos ética e moral são muitas vezes usados como sinônimos, mas em nossas aulas de História, com a professora Sirlene Paes, vimos que são distintos. Infelizmente, em nossa cultura, ser ético é ser tolo, ingênuo. Questão de valores. Se for ético, respeitarei meus princípios, independente de qualquer coisa. Não me deixarei corromper. Sabemos que é difícil ser íntegro todo o tempo, mas se queremos uma vida melhor e uma sociedade mais justa é o que deveremos ser.

A palavra moral vem do latim mós mor-, "costumes", e refere-se ao conjunto de normas que orientam o comportamento humano ten­do como base os valores próprios a uma dada comunidade ou cultura.
         Pertencem ao vasto campo da moral a re­flexão sobre questões fundamentais, como: 
* O que devo fazer para ser justo?
* Quais valores devo escolher para guiar minha vida?
* Há uma hierarquia de valores que deve ser seguida? 
* Que tipo de ser humano devo ser nas minhas relações comigo mesmo, com meus  
   semelhantes e com a natureza?
* Que tipo de atitudes devo praticar como pessoa e como cidadão?
Como as comunidades humanas são dis­tintas entre si, tanto no espaço quanto no tem­po, os valores podem ser distintos de uma comu­nidade para outra, o que origina códigos morais diferentes. 


A palavra ética, por sua vez, vem do grego ethikos, "modo de ser", "comportamento", e se aplica à disciplina filosófica que investiga os diver­sos sistemas morais elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das normas e proibições (interdições) próprias a cada um e explicitar seus pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a existência humana que os sustentam.
Nesse sentido, a ética é uma disciplina teó­rica sobre uma prática humana, que é o com­portamento moral. No entanto, as reflexões éti­cas não se restringem apenas à busca de conhe­cimento teórico sobre os valores humanos, cuja origem e desenvolvimento levantam ques­tões de caráter sociológico, antropológico, reli­gioso etc.
Como filosofia prática, isto é, disciplina teórica com preocupações práticas, a ética orien­ta-se pelo desejo de unir o saber ao fazer, isto é, busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser. E, para isso, é indispensável boa parcela de conhecimento teórico.

Máxima da ética: fazer com o outro o que eu gostaria que fizessem comigo.

Ética: do ser ao que deve ser!
(Texto Adaptado)
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. 
São Paulo. Saraiva. 2006. p. 242 a 244.

Ser Cidadão

As aulas de Pedagogia do Saber Docente: Ensino de História, com a Professora Sirlene Paes, antecipam o nosso profissionalismo.
Temos aprendido e refletido sobre nossa posição como cidadãs e futuras pedagogas.
Vamos fazer a diferença nesse País, lutando por nossos direitos, conscientes de nossos deveres e conscientizando nossos alunos dessa importância.

Cidadão, segundo o dicionário, é ser membro de um Estado, considerado do ponto de vista de seus deveres para com a pátria e de seus direitos políticos.
Ser cidadão é saber viver em sociedade, estando ciente dos anseios comuns. É participar ativamente das decisões de sua comunidade, influenciar modos de vida de maneira positiva ao seu redor, exercer os direitos constitucionais adquiridos e lutar pelos que virão. É preservar o meio ambiente, a natureza, os animais, os seus semelhantes, os opostos. É ser solidário, é ser político, é ser flexível, decidido e, sobretudo, estar consciente de todas as atitudes tomadas em prol da sociedade.
Como cidadãos devemos praticar e ensinar a responsabilidade social, em nosso convívio, buscando valores e atitudes que elevem a qualidade de vida das pessoas. Auxiliando-as, estaremos nos ajudando e fazendo algo por um mundo melhor.

Nós fazemos esse mundo,
não a nossa esperança de que ele seja feito.

(Texto Adaptado)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um mês de muita saudade...

Pois é...
Estamos nos apoiando para passar por esse momento.
Nossa colega Gleice nos enviou uma mensagem como forma de amenizar a dor da saudade.

"À noite em meu quarto olho as estrelas e não encontro o brilho de outrora.
Tento dormir e não consigo.
Meus pensamentos voam tentando achar uma explicação e não consigo encontrar.
A angústia sufoca o meu coração.
Lágrimas rolam e não conseguem aliviar o peso da minha alma.
E eu continuo a te procurar em cada esquina da vida, mas em nenhuma delas você está...
Sim, em muitos momentos da vida, alguém especial tem que partir antes de nós.
E fica a pergunta: "Como continuar? "
A dor é forte demais e a vontade de desistir persiste.
 

Porém, podemos e devemos continuar.
Se o sorriso de outrora não pode mais ser visto, procuremos encontrá-lo na alegria expressada no rosto de uma criança carente que acabamos de auxiliar.
Se as mãos não podem mais ser tocadas, levemos o calor de um abraço sincero a quem passa por grandes sofrimentos.
Se a música não pode mais ser dançada, espalhemos a melodia entre os enfermos de um hospital.
Se a voz não pode mais ser ouvida, procuremos semear palavras de esperança por onde andarmos.
Se as estrelas não têm o mesmo brilho de outrora, nos esforcemos em iluminar o caminho daqueles que se encontram entre as trevas.
Se não podemos mais oferecer flores, trabalhemos para florir todos os jardins do mundo.
Se a luz parece ter ido embora, procuremos suavizar a escuridão que reina em tantos lares necessitados.
Se o riso se foi, procuremos trazer alegria para quem está desanimado diante de tantos obstáculos.
Se o sol deixou de brilhar, transformemo-nos em um farol para iluminar o caminho de quem se encontra perdido.
Se a ausência parece machucar o nosso coração, procuremos levar esperança a quem deixou de acreditar.
Se os encontros perderam a sua graça, procuremos entender o milagre que podemos realizar quando estendemos a mão a quem está caído.
Se o físico se foi, o espírito ainda vive e sente.
 

Devemos acreditar que o reencontro está marcado.
Sim, devemos continuar.
Devemos sentir saudades sim, mas jamais tristeza.
Devemos preencher o vazio que sentimos com gestos de amor.
Porque só o amor é capaz de grandes transformações.
Só o amor rompe todas as barreiras.
Só o amor cala as nossas feridas.
E só o amor nos leva a crer que não importa as perdas que a vida nos impõe, devemos sempre continuar.... "

                                            (Sônia Carvalho)


Natália,


Receba o carinho da sua turma de Pedagogia.
Esteja em paz!